segunda-feira, 20 de junho de 2011

SUCESSO DA ÚLTIMA EDIÇÃO DE 2011 DO SEMINÁRIO DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA. CONFIRA.

Dias 16 e 17 de junho, aconteceu no Auditório Praia de Santa Mônica do SESC, em Guarapari, ES, a última edição de 2011 do Seminário de Saúde Pública Veterinária, sob o eixo temático “O Médico Veterinário na Construção da Saúde Pública”. O evento, acreditado pelo VET 2011 ( clique aqui e saiba mais sobre VET 2011 ) foi organizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária por meio de sua Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV).

Foram dois dias de palestras, discussões e trabalhos em grupo. O evento foi assistido, ao vivo, por internautas em todo País, que enviaram perguntas, respondidas, instantaneamente, pelos palestrantes.

Os principais temas abordados foram: Medicina Veterinária na Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental no SUS, Diagnóstico Avançado de Zoonoses, Tuberculose, Emergência em Zoonoses, Achatina Fulica, Inspeção Industrial Sanitária de POA, Leishmaniose Visceral e Controle de População Animal em Área Urbana.

De acordo com o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, o sucesso do evento se deve ao grande interesse de todos no assunto. “Vamos continuar divulgando a importante contribuição do Médico Veterinário à saúde”, afirma Arruda.

PRIMEIRO DIA

O primeiro dia de evento foi inaugurado com apresentações e debates. Logo depois, foram apresentadas por Daniel Campos, representante do Centro de Controle de Zoonoses de Mogi das Cruzes, SP, as diferentes formas de participação do Médico Veterinário na saúde publica e na execução ou formulação de políticas públicas.
Para Campos (foto), normalmente o profissional se envolve profundamente com os trabalhos técnicos e deixa de lado atividades relacionadas à participação política em conselhos de saúde e outros colegiados, bem como na possível gestão de serviços públicos de saúde.

Uma das palestras que mais chamou a atenção do público nesse primeiro dia foi “Diagnósticos Avançado de Zoonoses”. Segundo publicações recentes (apresentadas no seminário), das 1.500 doenças infecciosas atualmente reconhecidas em seres humanos, aproximadamente 60% delas são causadas por patógenos de múltiplos hospedeiros caracterizados por seu movimento através do limite de espécies. E, nas últimas três décadas, aproximadamente 75% das novas doenças infecciosas humanas emergentes foram Zoonoses.

Para o palestrante do tema Alexandre Welker Biondo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Brasil a situação é ainda mais crítica, pois as condições de clima tropical associado ao baixo saneamento básico são mais favoráveis aos vetores transmissores e à longevidade dos agentes infecciosos no meio ambiente. “Testes rápidos, em tempo real, podem detectar quantitativamente patógenos em animais post-mortem, em produtos de origem animal, em hospedeiros invertebrados e inclusive na água e no meio ambiente”, opina Biondo.

O dia se encerrou com as palavras de Bárbara Medeiros Rosa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ela discorreu sobre a relação entre a Tuberculose humana e animal; sinais clínicos, formas de transmissão entre os animais e entre animais e humanos, diagnóstico; situação da Tuberculose no Brasil e Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal.
De acordo com Bárbara, os dados de exames de Tuberculose realizados nas universidades federais do País indicam prevalências de 0,35% de animais positivos na região norte; 0,28% na região nordeste; 0,31% na região sudeste; 0,5% na região sul e 0,34% na região Centro-Oeste. “Até hoje não há estudo epidemiológico padronizado no Brasil. Recentemente, o Mapa, junto com instituições colaboradoras, desenvolveu os moldes para serem seguidos em estudo epidemiológico de Tuberculose” esclarece Bárbara.
SEGUNDO DIA
O segundo dia do evento foi aberto com o assunto “Emergência em Zoonoses”. Gilton Luiz Almada (foto) do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Espírito Santo, abordou o conceito de doença emergente de acordo com novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005) aprovado pela Assembléia Mundial da Saúde, em 2005. “A rede CIEVS, presente em todas as Secretarias de Saúde dos estados e capitais, é uma ferramenta fundamental para o enfrentamento de pandemias. O Médico Veterinário deve estar preparado para identificar emergência em saúde pública, notificar e responder em tempo hábil, evitando ou minimizando a disseminação dessas emergências”, alerta Gilton Amada.

Como esperado, o assunto “Controle de População Animal em Área Urbana” foi um dos mais polêmicos desse dia.  Para Adriana Maria Lopes Vieira, especialista do Cesp, SP, e palestrante do evento, o controle de populações de cães e gatos não se restringe apenas ao controle reprodutivo por meio de esterilização cirúrgica (castração) ou às ações isoladas de recolhimento e eliminação. “Para que o programa de controle de populações seja efetivo há que serem considerados vários pilares: dimensionamento das populações de cães e gatos, por meio de censo ou estimativas; ações educativas para a construção da cultura de propriedade, posse ou guarda responsável dos animais; garantia da participação da comunidade no programa desde sua elaboração; manejo ambiental (controle de resíduos e do habitat); controle de comércio de cães e gatos; registro e identificação desses animais; estímulo à aquisição responsável de animais; controle da reprodução; recolhimento seletivo e destinação adequada dos animais (eutanásia ou adoção); legislação e políticas públicas; entre outros”, relata Adriana.
De acordo com a apresentação de Adriana, não há, até o momento, um programa nacional de controle de populações de cães e gatos no País. Apenas o estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, apresenta um programa, elaborado em 2006, revisado em 2009 (clique aqui e acesse o programa ). “A falta de controle das populações de cães e gatos oferece riscos à saúde, à segurança pública, à saúde animal e ao meio ambiente” comenta a especialista.

Maria de Loudes Reichmann ,do Instituto Pasteur de São Paulo, também discorreu sobre o assunto “Controle de População Animal em Área Urbana”. Segundo Maria, para se alcançar os objetivos de uma convivência saudável com cães e gatos, deve-se desenvolver programas de educação, nos quais se dê ênfase a questões de cidadania, respeito à vida e a todos os seres vivos.

BALANÇO FINAL
Nas opiniões dos organizadores do seminário, o resultado foi muito satisfatório.“Houve uma intensa interatividade com o público. As principais preocupações levantadas foram sobre o Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e as relações com a inspeção de produtos de origem animal e a atuação do Médico Veterinário na questão”, afirma Paulo César Augusto de Souza, presidente da CNSPV do CFMV.

Fonte: Site do CFMV/Assessoria de Comunicação


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Médicos veterinários poderão compor os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF's)



Em email divulgado recentemente pelo presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes Arruda, o mesmo nos deixa a excelente notícia de que os Médicos Veterinários em breve poderão compor os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF's). Parabéns médicos veterinários pelo justo reconhecimento.


Deixo as palavras do presidente abaixo:


Após longos anos de lutas o Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV conseguiu com que o Ministério da Saúde incluísse o Médico Veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF.
Dentro de 30 dias o Senhor Ministro da Saúde editará Portaria criando mais 4 (quatro) mil novos postos do NASF 2, já com a inclusão nas equipes, do Medico Veterinário.
Nas palavras do Secretário de Assistência à Saúde, do Ministério da Saúde, Dr. Helvécio Miranda, a inserção do Médico Veterinário representa mais de que o reconhecimento da necessidade, mas também o valor deste profissional na Saúde Publica.
Fruto de um trabalho incansável da direção do CFMV e da sua Comissão Nacional de Saúde Publica a inclusão do Medico Veterinário se constitui em uma grande vitória, que merece comemoração. Vamos continuar trabalhando.
A vitória é conseqüência natural daqueles que trabalham.
Um grande abraço.


Méd.Vet. Benedito Fortes de Arruda.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sobrevivente ao vírus da Raiva - California - EUA

Precious Reynolds, uma garota de 8 anos da cidade de Willow Creek - CA - EUA, foi tratada para para o vírus da raiva sem a utilização do protocolo vacinal. A menina contraiu a doença em abril - de um gato - e em maio, após a avó da garota ter suspeitado de sintomas de gripeo, diagnóstico surpreendente de raiva foi confirmado. 
O tratamento foi realizado na Universidade da Califórinia e, como o tratamento vacinal já seria tardio, não foi realizado. O protocolo adotado foi o coma induzido por medicamentos e antivirais. Permaneceu por duas semanas no setor de terapia intensiva e, após, seguiu para o setor de pediatria do hospital onde permaneceu até domingo. De acordo com os médicos, o sucesso da terapia baseou-se na excelente resposta imune da paciente. Precious é a terceira pessoa a sobreviver ao vírus da raiva - sem tratamento vacinal - nos Estados Unidos.


Fonte: CBSNEWS.COM Rabies miracle? California girl survives dread disease without vaccine
Raiva / rabies no CDC: more on rabies.
 
Apesar de não "acreditar" em tratamento para raiva, acredito muito na resposta imune individual e na vigilância bem feita e aplicada. Boas notícias, em tratamento atirrábico, não são comuns e vale divulgar. Como a paciente não apresentava sinais nervosos, acredito não haver maiores sequelas do tratamento.

domingo, 5 de junho de 2011

MEIO AMBIENTE APROVA FUNDO PARA CONTROLE DE ZOONOSES



A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou, nesta quarta-feira (1), o Projeto de Lei 422/11, do deputado Lincoln Portela (PR-MG), que cria o Fundo Federal de Proteção Animal, destinado a centros municipais de controle de zoonoses, centros de triagens e organismos de proteção e de combate ao tráfico de animais.

Segundo o relator na comissão, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), a proposta protege o bem-estar dos animais e soluciona o problema do crescimento da população de cães e gatos de rua.

Tripoli afirma que a medida é bem aceita pelas entidades protetoras dos animais, pois evita o sacrifício de cães, gatos e cavalos. “Deve-se atuar na causa do problema: a procriação animal sem controle e a falta de responsabilidade do ser humano quanto à sua posse, propriedade ou guarda.”, afirmou Tripoli.

O projeto obriga toda pessoa física ou jurídica que usa imagem de animal em publicidade comercial a contribuir para o fundo com o valor equivalente a 1% do valor da campanha. O Tesouro Nacional fica incumbido de recolher a contribuição e repassá-la ao fundo até o dia 30 de cada mês.

O fundo também poderá receber recursos das seguintes fontes:
- Orçamento da União;
- acordos, ajustes, contratos e convênios celebrados com órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal;
- doações de pessoas físicas ou entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas; e
- empréstimos de instituições financeiras nacionais ou internacionais.

Finalidades
Pelo texto, os objetivos do fundo serão: financiar o recolhimento, tratamento e esterilização de animais de rua por centros ou unidades municipais de controle de zoonoses, assegurada a utilização, no caso da esterilização, de técnica que inflija o menor sofrimento possível ao animal; e financiar os centros de triagem e os organismos de combate ao tráfico e de proteção aos animais.
Metade dos recursos deverá ser destinada aos centros de controle de zoonoses, e a outra metade para os centros de triagem e organismos de proteção e de combate ao tráfico de animais.

Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado ainda pelas comissões de Finanças e  
Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
PL-422/2011

Fonte: Agência Câmara
Edição: Assessoria de Comunicação CFMV (Site)